Fragmentos de mim
À mesa, contemplo migalhas caindo do pão que consumo lentamente no almoço... São como os rios caudalosos de emoção que saem de mim, externando meu desgosto. Nestas águas que rolam em meu rosto, resvalando-se para o linho sobre a mesa, revelando-me em dor, qual num horto, é que se aflora recôndita tristeza. Também à noite, à mesa, no jantar, pelo pranto inda me acho envolto... Novamente as migalhas resvalam... E continuam, me expondo absorto, as lágrimas, que duma saudade me falam... Tais lágrimas são rios da minha alma transbordando do seu leito por minha face que se enrubesce e não mais se aclara – por ido amor... Ah, meu seio, que impasse! Porém, resisto; meneio a cabeça sendo forte. Concebo, então, que as lágrimas que me escorrem são límpidas gotas do orvalho sobre as flores dalgum jardim, enquanto todos dormem... E só assim é que se abrandam minhas dores... Imagem: Google – explosaode-sentimentos.blogspot.com AURISMAR MAZINHO MONTEIRO
Enviado por AURISMAR MAZINHO MONTEIRO em 26/10/2011
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