Aurismar Mazinho Monteiro

Uma pena meramente entusiástica.

Textos

Por ora, jamais meu tempo, meus aplausos e meus votos! (Parte II)
 
É impressionante vislumbrar, nos discursos de campanha ou até mesmo de posse, como esses políticos, jactando-se, mas nem sempre com verdades, dizem o que fizeram sem terem feito (úteis e boas obras públicas, investimentos em saúde, educação, segurança e tantas outras necessidades sociais); que farão o que não fazem (repita-se, frise-se: úteis e boas obras públicas, investimentos em saúde, educação, segurança e tantas outras necessidades sociais); que foram o que não foram (honestos, justos, transparentes...); que são o que não são e que, pelo que já estamos cansados de ver/saber, não serão (repita-se, frise-se: honestos, justos, transparentes...); e tantas infindas coisas mais, tudo praticado, alardeado no afã de convencer/enganar o povo. E não é que enganam?
Sabidamente, há pessoas/eleitores que despendem boa parte de seu tempo vendo/ouvindo pessoal ou remotamente, as promessas/propostas difundidas, acreditando – ainda – no que tais candidatos disseminam e, consequentemente, achando que bons mandatários eles serão, embora sabendo, desde os primórdios, que políticos, em sua vasta maioria, só pensam em si mesmos, objetivando benefícios próprios e/ou de familiares, amigos, correligionários...
O que a mim parece é que ditas pessoas, não obstante sabedoras do descumprimento das promessas/propostas de tais candidatos (os quais, de modo escancarado, contumaz e desavergonhadamente, com suas eloquentes – e muitas vezes mentirosas – falas, alardeiam, “jurando de pés juntos”, que os votos a eles destinados não serão em vão... que, em sendo eleitos e no poder, o país, o estado, o município não vivenciarão as mazelas da corrupção, uma vez que terão, a partir da assunção dos respectivos cargos, honestos governantes comprometidos com o bem do povo e, assim, valorizarão os votos recebidos, diferentemente do que fizeram os políticos anteriores, que corromperam e/ou foram corrompidos, etc. etc., etc....), esqueceram-se e/ou se esquecem dos amargos desfechos vivenciados, tanto durante quanto após a condução dos respectivos mandatos. Repito que respeito as opiniões/decisões de cada um, porém, confesso, impressiona-me tal cegueira sectária, dando crédito a esses discursos falaciosos e interesseiros, não honrando os votos angariados e, portanto, em nada compromissados com o povo, com o bem-estar geral do país, do estado, do município, enfim.
Pois é, além de indignado, fico impressionado ao observar que tais espetáculos se repetem, campanhas após campanhas. São perniciosas cenas a permearem o cotidiano do povo, o qual segue padecendo à mercê das vontades políticas, uma vez que os mandatários, em maior parte, como sói acontecer, desavergonhadamente relutantes (posto agirem sem fundamento), se esquivam de procederem às necessárias e reclamadas mudanças na busca pelo bem-estar social.
É cediço que a esperança deve ser fomentada. Contudo, infelizmente, observando-se os amargos e angustiantes resultados políticos até aqui vivenciados, desde alguns anos e diante das irrefreáveis e lastimosas condutas ímprobas dos ditos representantes do povo, não vislumbro ser possível, ao menos por ora, esperar bom retorno.
Enquanto ainda parcela do povo confia e espera as prometidas melhoras, nos bastidores dos eleitos, certamente comenta-se: “– O Povo? Os eleitores? Ah, eles que se virem! O que importa é que as eleições já ocorreram e nós vencemos, estamos no poder! No próximo pleito, repete-se tudo! O povo se deixa ser levado!” Éassim caminhamos, conduzindo nossos municípios, nossos estados, nosso país, cujo rumo – que deveria mudar com o obrigatório comparecimento do povo às urnas e os votos “depositados” – permanece o mesmo... sem vislumbre de quaisquer melhoramentos...
Isso porque, a meu ver, como dito alhures, lamentavelmente, a história se repete eleição após eleição... Ante tais desonestidades para com a população, a qual presencia contínuas e escancaradas práticas corruptas, muitos do povo, como consequência, sentem-se iludidos, traídos, amargurados, desesperançosos, enfim, vendo a escabrosa ausência de bem-estar social, consubstanciada nos frequentes e flagrantes desvios de recursos públicos, os quais – legal e incontestavelmente – deveriam ter sido empregados na construção/reaparelhamento de hospitais, postos de saúde, escolas, merenda escolar, creches, instituições de segurança pública, políticas de inclusão, alimentação, entre outros melhoramentos. Enfim, o resultado é sempre o mesmo: ante infindas e estrondosas promessas de melhoras, e após obrigatoriamente comparecerem às urnas eleitorais no cumprimento do mister de cidadã/cidadão (não respeitado por inúmeros dos candidatos eleitos), o povo vive, em constante padecimento, sem saúde, sem educação, sem segurança... assistindo aos mais diversos mandos e desmandos governamentais, alicerçados nos irrefreáveis desvios de recursos púbicos... E amarga tais quadros não somente até as próximas eleições, mas, pelo que se vislumbra de há muito, talvez até ad infinitum... Ah, eu não consigo acreditar em políticos! Minhas desconfiança e indignação são incomensuráveis!
Em suma, em se tratando de políticos e período eleitoral, todas as vezes, sobre todos e tudo, penso e digo: é tudo a mesmíssima coisa!
A essa escória política, por ora e desde há muito, jamais meu tempo, meus aplausos e meus votos!

 
011645OUT2018
 
 
AURISMAR MAZINHO MONTEIRO
Enviado por AURISMAR MAZINHO MONTEIRO em 02/10/2018
Alterado em 23/08/2021
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