Cerração e serração na serra
Irei partir. Vou desta terra, para outras terras. Que sejam morros, serras... Tentarei encerrar a dor. E parti! Cheguei a terras entre serras com cavernas, e com o desejo abdutor, acirrando a guerra ao que me ferra, à fera – o mal de amor. À frente, na imensidão e tendo cerrado a vista, quase não vejo um cerro envolto em cerração. Virei-me, vendo mais terras, também entre outras serras... De onde o barulho era? Concentrei-me, todo ouvidos: era a serra de um serrador, permeada de estampidos, qual queima de munição. Tom que deixava zumbidos, com o som da serração. Oh! que dor nos meus ouvidos! Aquebrantado, divagado, de olhos bem cerrados, viajei para o Cerrado, onde não se ouve o som da serra de ferrenho serrador. É que lá não há serras, nem serra de serrador. Há pequenas lenhas, e pouco lenhador. Planas são as terras, o horizonte é um esplendor. O som é o da terra, de rios e pássaros de outras terras, é tudo encantador. Lá não enfrento a guerra, travada por mal de amor. Voltarei pra minha terra, bem longe desta serra, onde minha dor se encerra, nos braços do meu amor. Imagem: Eu, em 2002, na Chapada dos Guimarães - Estado do Mato Grosso. AURISMAR MAZINHO MONTEIRO
Enviado por AURISMAR MAZINHO MONTEIRO em 25/05/2011
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